Protestos

Profissionais se mobilizam em defesa do piso salarial da enfermagem

Manifestação ocorreu nesta sexta-feira em Pelotas; categoria não descarta possibilidade de greve

Foto: Carlos Queiroz - DP -

A saga do piso da enfermagem continua rendendo novos capítulos em Pelotas. Nesta sexta-feira (23), enfermeiros, técnicos e auxiliares foram às ruas, no Largo do Mercado Central, em mais uma atividade em defesa da garantia do piso salarial. A mobilização foi organizada pelo Sindicato dos Trabalhadores em Serviços de Saúde de Pelotas (SindiSaúde) e contou com a participação de cerca de 60 pessoas.

Segundo a presidente do sindicato, Bianca D'Carla, a categoria está na expectativa da votação do Supremo Tribunal Federal (STF), que vai até o dia 30, e ainda discute condições no pagamento do piso aos trabalhadores. A representante avalia que as medidas recentes do STF tiram a responsabilidade dos estados e municípios no repasse dos valores e também "joga" a responsabilidade de negociação para os sindicatos. "O STF coloca a responsabilidade para cima dos sindicatos e tenta retirar direitos garantidos na lei. Nossa luta na rua também é para cobrar que o presidente da República edite uma portaria garantindo a soberania desta lei", explica.

Os trabalhadores que estiveram na mobilização, com nariz de palhaço no rosto e apitos para chamar a atenção, destacam a demora para o cumprimento da norma que garante o piso salarial. "Estamos indignadas com a falta de empatia, porque é uma lei, tem recursos, mas não chega nada para nós", diz a técnica em enfermagem, Rossana Bitencourt. "Nós estamos há quanto tempo esperando por um salário digno? Vai para tribunal, STF, aumenta prazo e, no fim, não dá em nada", comenta outra profissional, que preferiu não se identificar.

O SindiSaúde não descarta, ainda, a possibilidade de greve nas próximas semanas. "A gente quer atrair a população para entender qual a nossa luta. Temos previsão para, no dia 29, decretar greve geral, mas a categoria vai avaliar. Enquanto o último trabalhador não tiver com o piso no contracheque, não vamos ficar descansados", finaliza Bianca.

Poucas mudanças
Em Pelotas, pouco mudou nas últimas semanas em relação ao pagamento do piso aos profissionais, que ainda não foi realizado e também não tem previsão de concretização. Conforme o Diário Popular vem acompanhando, nenhum valor do governo federal foi repassado ao Município até o momento. Via assessoria de imprensa, a Prefeitura confirmou que ainda não foi recebido nenhum recurso e que também ainda não há informações sobre como será o regramento do repasse aos hospitais da cidade.

Conforme levantamento da Secretaria Municipal de Administração e Recursos Humanos, seria necessário cerca de R$ 5 milhões mensais para contemplar o piso salarial, incluindo neste valor os profissionais que atuam nos hospitais. No entanto, a previsão é que o Município receba, apenas, R$ 1,1 milhão, recurso insuficiente para absorver a totalidade dos enfermeiros que atuam na saúde pública da cidade. Entre as instituições pelotenses procuradas pela reportagem, apenas a Beneficência Portuguesa respondeu os questionamentos. O hospital confirmou, apenas, a posição de espera por definições de representantes das instituições antes de firmar um posicionamento sobre o piso.

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